Aventura - Sabor de Veludo

Que situação era essa... duas belas garotas ao meu lado, se eu soubesse que seria assim, teria saído daquele local exilado que me encontrava muito mais cedo.
-Não briguem garotas. Antes de tudo, tem algo que preciso saber...- Me ajeitava na cadeira, e colocava a mão na cabeça da garota que estava se apoiando em meu joelho, deslizava a mão de seus cabelos até seu rosto, próximo ao queixo, passando em seguida o dedo indicado em seu lábio inferior. -Qual o nome de vocês, belas garotas? Tem algo que eu possa fazer por vocês?- Olhava para a outra garota que estava ao meu lado e estendia a mão para que ela pegasse.

Por pouco não perco o controle ao ter meus dedos chupados por aquela garota, minha mente viajava em desejos obscuros, mas ao ser beijado pela segunda garota, minha razão retorna, aquele beijo... me incomodou... algo não parecia certo, não lembrava que beijos poderiam ser tão molhados assim. Mas, simplesmente levantar ficaria muito na cara, nem mesmo tenho certeza de minhas preocupações.
- Que apressadinhas, temos tempo o bastante para "brincarmos", que tal bebermos algo para deixar a timidez de lado? - Passava o braço ao redor da cintura da garota que estava a minha esquerda, escorredando a mão um pouco para baixo, quase tocando sua bunda. - Ah, isso me faz lembrar, vocês sabem de uma forma que posso ganhar dinheiro? Tô durão, nos dois sentidos hahaha -

- O que vocês estão falando? - Que sensação esquisíta é essa? Meu corpo parece não me obdecer. Neste momento um único desejo rondava meus pensamentos "Preciso sair daqui". Gritar por socorro provavelmente não funcionaria, sem contar toda a música lá fora, nem mesmo sei se aquelas pessoas são confiáveis. Não tendo escolha, resolvo apostar minhas fichas em um plano de escapatória, embora ainda temia, será que é a melhor alternativa?
Procuro mexer meu corpo o máximo que pudesse, me jogando no chão a minha esquerda, para cair entre as duas garotas. Esperaria pra ver suas próximas atitudes, para então arriscar...

- Esse lugar... tudo aquilo foi um sonho? Era tão... real - Me colocava de pé, e olhava para o que sobrou da fogueira. Julgando pelo sol brilhante, parecia que já era uma hora avançada.  
- Preciso parar de pensar tanto em mulheres, isso já está me dando pesadelos haha - Ando em direção ao rio onde havia pescado, depois de jogar água no rosto, decido seguir o curso do rio, não me lembro onde, mas uma vez li que esta seria uma forma eficiente de encontrar pessoas, pois elas tendem a construir suas moradias próximas a rios, ou algo assim.
Para me precaver, decido andar um pouco mais por dentro da floresta, mas de uma distancia que desse pra ver o rio. Dessa forma, evitaria esbarrar com alguém indesejado.

Encontrar formas de vida inteligente eramais difícil do que imaginei quando sai de minha pacata vila, talvez devesse ter se informado melhor haha. Mas agora era tarde de mais para retornar, devia seguir a diante, tenho certeza que esta floresta guarda grandes segredos, seria interessante explorar com atenção enquanto andava por ai em busca de civilização. O conheciemento que tanto busco adquirir, não é obtido apenas de livros, mas também de explorações, experiências de vida, curiosidade e coragem para desbravar o desconhecido.
Tomado por uma ansiedade e empolgação continuo minha caminhada na direção oeste, procurando qualquer coisa que pudesse chamar minha atenção, plantas, árvores, cavernas... - Se eu tivesse um livro, poderia fazer desenhos nele e escrever as descobertas... mas não tem o que fazer -

- Uma estrada? - Olhava para a estrada na direção sudoeste, depois olhava para a direção norte - Por qual direção deveria seguir? - Por mais que fosse difícil escolher, naturalmente qualquer uma das duas direções deveria me levar a alguma civilização, já que estradas são feitas para ligar dois ou mais pontos. Mas a questão era: Que tipo de civilização eu encontraria no final de cada uma. Depis de coçar a cabeça enquanto tentava me decidir, tenho uma ideia - Meu nome é Kouga, Kouga tem 5 letras, Norte tem 5 e Sudoeste 8. No norte pode estar minha alma gêmea. No entanto, amor tem 4 letras, se sudoeste tem 8, então siginifica que lá tem o dobro de amor me esperando. Está decidido, irei para o sudoeste, viva ao amor...
Caminhava para sodoeste, quando algo vem em minha memória... "dobro de amor... duas garotas... sonho..." Aquele sonho ainda me pertubava - Isso deve ser só coincidência, né? Será? -

- Hoh, um templo? - Enquanto caminhava me apróximando do templo, movimentava meus olhos observando os seus arredores, na tentatativa de avistar alguém. Quando finalmente estivesse de frente para o templo, iria passar pela ponte, no entanto apenas até a metade dela, onde bato palmas - Oeee, alguém ai? - Será que era uma boa ideia aborda-lo dessa forma? Não seria perigoso? Bem, era um templo, e não uma base militar.

Observo a estrutura do templo com bastante atenção, enquanto parava de frente para as supostas oferendas. "Deixaram isso aqui assim? Não tem medo de alguém roubar? Ou, esse templo pertença a alguém cujo ninguém ousaria ofender?" Olho as oferendas, junto as mãos (como em uma oração) - Perdoe-me, não tenho nada a oferecer neste momento - Em seguida caminhava até a entrada do templo, onde retirava meus calçados, novamente juntava as mãos e curvava a cabeça levemente, como reverencia  - Perdoe-me a 'invasão' - Andava em direção a parede com inscrições no final do templo, e tentava as ler.

-Hm, Deus Jizo... então é a ele que este templo pertence - Chego bem próximo das escrituras, passando a ponta dos meus dedos sobre elas - Será que, este Jizo, tem alguma relação com minha raça? Ou seria alguma outra similar?-  Saio andando pelo templo, olhando cada detalhe, desde o teto até o piso, procurando por pistas que revelassem mais sobre esse Deus, ou simplesmente sobre um sinal de que algum ser vivo tenha passado ali recentemente. Apesar que as oferendas já indicassem isso.
Após vasculhar o lado interno do templo, caso não encontrasse nada, sairia para o lado de fora.

Depois de observar por dentro e o lado externo da entrada do templo, não encontrei nenhuma pista clara de vida, mas algo me chamava a atenção, o templo estava muito bem cuidado para não ter ninguém ali. A grama também parecia bastante estranha. Será que eu deveria continuar investigando mais a fundo? E se eu me meter em algum perigo? - Calma Kouga, não é hora de agir covardemente - Como última investida, opto por andar pelos arredores do templo no sentido anti-horário, procurando por qualquer coisa que me chamasse atenção, seja nas paredes externas do templo, ou na parte da mata que o rodeava.

"Se essa busca não funcionar, talvez eu devesse mexer naquelas oferendas... quem sabe eu não chame a atenção de alguém, de um espírito vigilante ou até mesmo do deus desse templo. Só espero não ser amaldiçoado haha", pensava enquanto andava.