Missão - Escolta, O Aprendiz

Tinha acabado de retirar o pergaminho do mural de missões, com o mesmo ainda em mão, lendo com os olhos, associava algumas palavras chaves logo de cara, como, Mercado Ryonin e a própria descrição que fora dado, além do tal cocheiro contratado para seu serviço, me sentia na obrigação de me preparar, colocando minha mão na pochete levemente vazia, sentia-me apreensivo, talvez devesse pedir ajuda alguém, quem sabe até contratar, se assim for, não me sentia preparado o suficiente para desbancar o aventureiro, balanço a cabeça com certo desdém. — Tsc.... Que piada.... — Cabisbaixo, com o pergaminho ainda em mãos, partia em direção a loja da Akio, visando comprar suprimentos, seguindo pelo percurso habitual.

No caminho, me deparava com uma figura familiar, a péssima memoria que sempre ousava me maltratar, não ajudaria nesse momento, mas era sensato dizer que iriamos para o mesmo lugar, ficando a encara-lo boa parte desse tempo, porém fingindo que não o reparava, mas fazendo com que ele percebesse que estava sendo reparado por mim, até que insistia em perguntar algo, para quebrar o clima gelado do ambiente. — Yo! Impressão minha ou já nos conhecemos de algum lugar??!— Ergo o chapéu de palha, abrindo a visão do meu rosto, uma sublime feição de dúvida, olhos finos em meio a sardas, focados no que podia enxergar, ficando agora ao lado do jovem Masamune.

— Hmmmmmm... Era você mesmo que queria encontrar! — Tentava associar seu rosto com seu nome, me lembrando no decorrer, havia lhe dado um pastilha, além de oferecer meu chakra para ajudá-lo naquela reunião. — Não fomos devidamente apresentados, Masamune! É um prazer, Takeshi. ^^ — Poderia tirar aquele breve momento para discutir assuntos improváveis, perguntar seus gostos e sonhos, quiçá suas motivações, mas apenas levanto meu braço na sua direção, mostrando o pergaminho, lhe entregando-o, não havia joguinhos, apenas a sútil inquietação de minhas palavras, sendo bem direto com Masamune. — Sua ajuda foi requisitada para essa missão. — Tentava parecer gentil, e bom, a ajuda dele não foi requisitada, apenas tentava convencê-lo mudando os fatos.

O papo se desenrolava, enquanto seguiamos adiante para a Akio.

— É assim que se diz!! — Dava um soquinho no ar em comemoração. — Sei que posso contar com você Masamune! Sua ajuda é mais que bem vinda. — Falava para o mesmo, contente com o desenrolar da conversa. — Hei de sermos uma boa dupla, meu camarada... Agora tenho que partir para a loja da Akio, irei me preparar melhor para essa missão, mal sei o que nos espera, vou ver se consigo algumas informações, enfim... Precisa de tempo para fazer alguma coisa? A gente fica de se encontrar no lado de fora das muralhas, onde a carroça vai estar, qualquer coisa assim... — Tentava ser confiante em minhas palavras, em meio ao caos que antecedia, distante de toda aquela conversa positiva e convencional, Takeshi começava a sensibilizar seus atos, apressar as coisas não surtiria um bom efeito nesse momento, e agora com um parceiro para aumentar a moral, mantenho a calmaria, enquanto sigo o caminho.

Enquanto ajeitava minhas vestes, usufruía de uma magatama de espirito(+1) e uma poção de vida, seguindo para a loja da Akio, com ou sem a companhia de Masamune.

Buscava me acalentar embrulhando meu corpo, abraçava-me durante a caminhada, ficando de braços cruzados, deixando o manto com capuz a cobrir o corpo, evitando os ventos gélidos e os grãos suscetíveis de neve. Em meio a neve que caia, seguia adiante com Masamune logo atrás, odiando o frio presente. — Qual a necessidade desse clima tão frio!!!? Deviam colocar tochas nessas estradas!! — Pensamentos que atiçavam-me enquanto seguia. — Prefiro mil vezes um calor infernal... — Soprava as mãos, esfregando-as em sequência para superar o frio.

Ao chegar na loja da Akio, que não aparentava estar aberta, já emburrado com frio que assolava, leria a placa a mostra, pegando suas informações, sem um pingo de paciência restante, me aproximo da porta, tentando abri-la ao empurrar, como se tentasse arrombar a porta discretamente, usava força no empurrão, bato na porta em seguida de forma abrupta, chamando a atenção, caso alguém estivesse ali dentro. Por fim me virava para Masamune, dando de ombros, olhando para os dois lados da estrada, buscando a imagem de Akio no horizonte, mesmo sem esperanças. — Ela não está. Será que vai demorar?? Cadê o pergaminho? — Perguntava para Masamune, exaltando impaciência, enquanto voltava a ficar de braços cruzados.

Recolhia o pergaminho ainda no ar, encarando a pergunta de Masamune. — Quer saber de uma?! Não preciso disso, estamos em pleno alvorecer, deve demorar para alguém aparecer. — Era um pouco arrogante e bruto em suas palavras, no entanto extremamente direto, o dia estando prestes a amanhecer, Takeshi pensava e optava por sua aventura pessoal meio às cegas, do que resolver pepino, exacerbando sua impaciência, andava pelo caminho de volta, indo para o lado de fora das muralhas, onde estaria o cocheiro que fora requisitado. — Partiremos imediatamente Masamune-san, lamento o inconveniente. — Sorria ao dizer, tentando disfarçar a cara aborrecido, até mesmo envergonhada por tê-lo carregado até ali.

Suspiro aliviado, agora que estava a sós, imaginando comigo mesmo a impressão que passava para o jovem Masamune, mesmo que não parecesse, tudo havia sido planejado, não do mesmo jeito que acontecerá, e sim semelhante a um roteiro, embora improvisado, como se fosse parte de plano elaborado, mas onde diabos ele se meteu? me perguntava sem olhar pra trás, fingindo demência de seu sumisso, ao certo ele saberia onde estava a carroça que nos levaria para o mercado Ryonin, sem muito a desejar, seguia em direção a tal em passos lentos.