Missão - Escolta, O Aprendiz

Acenava com a cabeça respondendo sua reverência, agora jás com a carroça em movimento, esquecia-me de Masamune, o jovem loiro que me acompanhava no início dessa aventura, era deixado pra trás sem muita comoção, um descuido de ambas partes, minha por não ter lembrado e dele por não se fazer presente, cabendo apenas a ele nos acompanhar, já que saberia o destino da viagem, se assim o desejar.

A tarde se mostrava agradável, apesar do clima frio, seguiamos pela estrada, começando então a viagem. — Imagino, são tempos difíceis... — Cruzava os braços, endireitando minha coluna com o apoio das costas, enquanto reparava o caminho adiante, acompanhando o andar da carruagem. — Posso deduzir então que você não conhece o mercado Ryonin?? — Dava uma pausa rápida, apenas para fazê-lo pensar um pouco. — O que você fazia antes? Digo, antes da guerra, antes de ser colcheiro e tudo mais? — Falava rapidamente, dando mais ênfase nas últimas perguntas.

Suas palavras traziam mais dúvidas, encucado com algumas pontas soltas, decido prolongar a conversa, conhecendo mais da história de Hidetaka, além de mostrar um pouco mais da própria história. — Eu... — Um toque sútil de hesitação podia ser sentindo, antes de responder tal pergunta, Takeshi pensava no que falaria, talvez por receio, mas ousaria confiar naquele homem. — ...Não fazia nada, digo... Como posso te dizer isso?? — Cutucava a testa tentando associar uma palavra cabível, de olhos fechados, mantinha um expressão concentrada. — Hmmmmmmmm, eu era um vagabundo... Ou andarilho, não encontro a palavra certa. hahaha — Vagabundo não seria o ideal, e no meio da fala percebia o equívoco, tentando disfarçar, mas no final daria no mesmo. — Algo assim, sabe?! Era uma questão mais de sobrevivência do que vivência, por muito tempo andei sozinho, "sobrevivendo" por onde quer que fosse, até encontrar uma família e desfrutar um pouco do que a vida tem a oferecer, guardo os meus irmãos no peito, sou grato e agora luto por eles... Hahahhaha estou tentando deixar a vida de vagabundo pra trás Hidetaka-san. Era sincero com tal, e apesar de enrolar na explicação, tentava convece-lo de que era uma pessoa boa. — Mogami não deixa a desejar nem um pouco. —

— Enfim, me diga, sua fazenda simplesmente deixou de ser útil? Creio que criar cavalos não seja fácil, mas são cavalos! Prefiro qualquer montaria a ter que andar longas distâncias por aí, ter que gastar dinheiro com trasporte ou ter que comprar um chinelo novo todo mês é foda, além de quê, a venda ou até mesmo o aluguel de um cavalo deve custar uma punhado de ienes. — Mudava o rumo da conversa, agora encarando Choko. — Você bem que poderia me arrumar um, hein? Ou quem sabe me dar algumas dicas, desde que saímos já me imaginei montado na Choko umas quatro vezes. — ^-^ Mantinha um tom sério, apesar de ser apenas uma brincadeira inocente em uma conversa bastante aleatória, de onde surgiu todo aquele interesse, não saberia descrever, mas a prosa durante a viagem não passaria em vão, nem tão pouco as curiosidades que rondavam Takeshi.

— Óh, me equivoquei! E que bom, espero realmente que as coisas melhorem para ti. — Sorria com afinco, olhando para o mesmo. — Me conte mais Hidetaka-san, deixe o passado para trás e foque no que tem agora, certo?! — Na tentativa de levantar sua moral, me envolvo em um discurso que mais valia para mim do que para o colcheiro, revelando alguns fatos improváveis — Sabe, meu trabalho as vezes não é nada prazeroso, luto para viver e a morte é meio que minha companheira, a cada dia que passa minhas escolhas me afetam mais e mais, essa é a minha vida. E por mais que seja uma escolha minha, não tenho uma posição para evitar isso, tenho que seguir em frente... Não que eu odeie também hehehe. — Apesar de improváveis, aquelas palavras seriam reais, mostrando um lado comovente, beirando o sensível. Era nessa hora que Takeshi se esticava, alongando os braços no ar em conjunto com toda parte de cima do corpo. — Aiai, mal posso esperar pra usar minhas pernas de novo. — Indagava a respeito do tempo que passaria sentado.

— Me avise se algum imprevisto acontecer, irei... meditar. — Endireitava minha postura em seguida, pegando mais o costume do balançar da carruagem, meus olhos se fechariam, minha cabeça levemente inclinada para frente fazia com que o chapéu formasse uma sombra, tampando meus olhos, como se "olhasse" para o chão, assim entrando num estado de meditação, repensando alguns acontecimentos.

obs: pular cutscene

Um bocejo em meio a sonolência que se fazia presente, esfregava os olhos, limpando na mesma medida, coçava o peito enquanto comentava algo. — O que temos aqui? —

Ouvia as palavras daquele homem sem muito compromisso, prestando mais atenção no colcheiro, por fim, me viro na direção dos dois com o olhar ainda baixo, trocava olhares por um instante, antes de dizer qualquer coisa e ainda calado, retirava o chapéu de palha, jogando-o para trás, demostrando uma feição simplista no rosto, levemente amistosa. — Boa tarde senhores, sou um humilde viajante em busca de suprimentos, e bom, esse é o vilarejo mais próximo. — Ergo minha mão lançando um sinal de paz com os dedos, falava de modo claro, enquanto lançava uma cotovelada sútil em Hidetaka, segurando seu ombro em seguida. — Esse é o meu amigo Hidetaka-san, um colcheiro de Mogami, com qual viajo a um tempo, perdoem sua timidez, hein? — A cotovelada seria para alertá-lo, não iria ser o seu porta voz uma vez mais.

Após a apresentação passo a observar aqueles dois, focando no que tinha falado primeiro. — Aconteceu alguma coisa, não podemos passar ou algo assim? — Me perguntando se aquilo era normal.

obs: teste de carisma

— Espere aí campeão, não tem nenhuma carga suspeita aqui, relaxa aí. — Respondia rapidamente um dos seguranças, balançando ambas mãos, negando qualquer envolvimento proposto, enquanto olho para Hidetaka de canto. — Temos? — Sussurrava para o colcheiro, disfarçando com um tosse, colocando a mão na boca, esperando uma resposta igualmente sútil, não fazia alvoroço a partir do comentário sobre proteção armada, levando como um elogio até.

Cedia a sua oferta apesar dos pesares, não tinha como me opor, além de imaginar que estava fazendo uma negociação justa, colocava minha mão no kimono, retirando um pequeno pacote no qual continha os dinheiros, naquele momento indagaria um pouco mais, me arriscando na conversa, buscando quem sabe encontrar mais informações, e talvez o nome do manda chuva do mercado. — A mando de quem? — Aquelas palavras teriam uma entonação mais séria, mudaria também a postura, como se estivesse pronto pra agir, no fundo uma daquelas músicas de Bleach começaria a tocar, elevando o suspense da cena, voltando minha atenção para o saco de moedas, tirando zeni por zeni de forma sútil, até formar o preço combinado, por fim, encarando o segurança com certo desdém, como se o mesmo fosse um joão ninguém, embora propondo certo comprometimento para com aquele, seria um forma de persuasão, ao menos queria que ele soubesse que eu saberia caso ele mentisse. Não chegava a ser um plano, era mais uma mistura de encenação ousada com a típico da desconfiança súbita que percorreria meu sangue. Reagiria a qualquer aproximação agressiva ou invasiva, dando o saco de moedas para Hidetaka, ficando apenas com os 50 zeni, pulando pra fora da carroça.

— Hahahahah claro claro! — Ria descompassadamente, deixando claro que entenderia a situação. — Mesmo que não possa prometer nada, farei o possível para manter Hidetaka na linha. — Entregava os zenis para o homem, de modo que apertasse sua mão, em respeito. — Posso seguir em frente? —