Finalizado - Companhia para Pesca

Trabalho:

"Gyehehehehe" — uma risada boba escapava de minha boca, seguido de minhas ações que me evocavam um déjá vu. Colocando a vara no barco e removendo o anzol, eu guardava a Carpa com zelo, como se fosse mais um troféu de minha coleção inexistente. Moleque, não é que eu sou bom mesmo nisso? Eu pensava, ignorando a primeira ocorrência de ter tacado a vara na água por acidente, ou ter perdido a segunda isca. Se formos justos, estamos em um 2 a 2, e quão incrível eu sou será determinado pela subsequente isca.

Após colocar o animal no cesto com cuidado, eu olhava apenas por um instante o velho tomando seu saquê, desviando o olhar de forma desinteressada logo em seguida. Talvez eu devesse comprar alguma bebida com o meu dinheiro de rapaz trabalhador quando saísse daqui.

Pescar não estava tão ruim até, estava meio que começando a gostar de peixes, um animal que nunca gostei antes... quero dizer, eu tendo a não gostar de animais em geral, mas opiniões mudam! Eles podem até ser estúpidos e as vezes asquerosos, mas se pensar bem, essas características funcionam a nosso favor gyeheheheheh~

Vida: 70/100
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Vamos lá que eu quero mais um peixinho... preparo isca, anzol e balanço a vara, atirando a linha para longe, à espera de um peixe. Novamente, penso que talvez pescar não seja tão ruim... realmente é de certa forma relaxante. Eu só queria que o véi fosse mais de conversar, é paia. Volto minha atenção para a atividade, torcendo para ser mais uma vitória, pois assim meu placar fica positivo, 3 X 2

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Comé que uma estátua foi se enroscar no meu anzol?! Normalmente eu só tacaria isso fora de volta, mas eu tô sentindo que eu devo guardar. Será que os deuses finalmente pararam de conspirar contra a minha pobre alma e desejaram me presentear?! Bem, eu vou guardar isso aqui por enquanto, e assim fiz.

Quanto tempo será que se passou? Eu me espreguiçava e logo retomando minhas atividades. Preparar isca, anzol, balançar vara e jogar a linha para longe. Cara, mas num é que eu sou bom mermo nisso? Será que é pra isso que eu nasci na minha vida, pesca?! Eu lembro das vezes que pesquei com minha mãe ou no meu trabalho e certamente eu não fui tão bem quanto hoje. Gyehehehehe~

É o que chamam de desenvolvimento, eu acho, eu cresci, e assim também foram minhas habilidades como pescador. De qualquer forma, foco que eu quero melhorar o placar 3 X 2 por enquanto. Tendo feito os mesmos preparativos que fazia todas as vezes, retomava meu foco para a pesca.

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"Por mim de boa" — eu recolhia minhas coisas guardando a vara de pesca e os itens utilizados. "Foi uma boa pesca, em geral" — eu falava, antes de pegar o remo para remar de volta ao local de partida.

"Vou remando aqui já, belê?" — eu perguntava, para o acaso de ele desejar ficar relaxando no barco um pouco, o que não era uma opção ruim. Sinceramente, se eu tivesse um chapéu como o dele eu acharia até bom, não seria muito diferente de como eu passava o tempo livre. Por outro lado, eu queria fazer outro trabalho. Não porque eu queria trabalhar, obviamente, porém pelo jeito que tava, meu pai não ia deixar eu voltar pra casa tão cedo, então eu tinha que me virar.

Se ele confirmasse que estava tudo bem remar, logo retornaríamos à terra. Remaria com cuidado para não ser estúpido e bater o bote, claro.

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Se ainda tivesse algo a ser guardado, eu guardaria antes de me retirar do bote. Primeiro eu colocaria o cesto em terra firme para me dar maior segurança na hora de pegá-lo. Quando eu também saísse do barco, aí sim eu o pegaria, mas seria com cuidado, pois veria se era algo que eu tinha capacidade de carregar sem grandes problemas. Se sim, eu iria carregá-lo da mesma forma que carreguei na ida, nas costas.

Eu seguiria acompanhando o véi, puxando assunto, como de costume — "Ae, o que que cê achou do dia de pesca? O Sol tava uma desgraça, mas até que não foi ruim. As carpas que eu peguei tavam bonitas, se pá dá pra fazer um peixe frito gostoso"

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Isso vai doer amanhã, disso eu sei. Eu pensava, tendo em mente minhas pobres pernas. "E aliás, o que vai fazer com todo o peixe, comer?" — eu falava, ainda andando. Se por acaso ele achasse que não fosse da minha conta, ele diria. Ele parecia esse tipo de homem.

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"Ah..." — geralmente eu falo rápido, ou no mínimo sem hesitação, sou do tipo que fala antes de pensar na maioria da vezes. Mas dessa vez parecia que tinha dado um branco momentâneo na cabeça, por algum motivo que eu não sabia explicar. "Imagino que tenha uma família grande. A minha tem sete pessoas se me incluir" — eu dizia, batendo papo.

"Tem meu pai, que me passou a perna e basicamente me expulsou de casa. Tem minha avózinha que é gente boa, mas ela tá sempre doente, então não falamos muito. Eeee mais quatro irmãos, duas garotas e dois garotos, todos mais novos" — seguia dizendo, sem pestenejar. Logo depois, voltava quieto, de olho na trilha e tentando ouvir o que estivesse ao meu redor, mas só para a ocasião de que algo se aproximasse. Eu torcia não ter mais trabalho daqui pra frente, porque carregar essas tralhas já tá me dando trabalho o bastante.

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Eu tentava acompanhar o ritmo do velho, quando ele andava mais rápido, eu andaria também um pouco mais, desde que ele não corresse demais. Quando ele parasse, eu também parava. "Ah, no fundo, beeem lá no fundo eu entendo" — eu ficava em silêncio por alguns momentos. "Mas se me perguntarem isso de novo, eu vou negar que disse"

"Eu só fiquei bolado que ele me mandou pro exército. Eu comecei a achar que eu iria morrer cedo também, entende? Apesar de que eu sou incrível e tudo mais, a guerra é brutal. Eu sou só euzinho, um zé ninguém, sem habilidades especiais" — eu continuava a andar em silêncio.

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"Bem, eu ainda preferia ser um covarde vivo, gyehehehe" — eu continuava andando ao lado dele, e minha risada dessa vez era um pouco mais contida e baixa. "Eu só espero que as gatinhas gostem de militares, aí esse trabalho terá um ponto positivo, pelo menos"

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