Finalizado - Coleta de Ervas, Iana

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Dei com os ombros ao quando fui distraída por minha própria imaginação. Pelo jeito não poderia contar nem com minha intuição tão cedo, estava a pregar peça em mim mesma neste inicio de aventura. Recolhi o galho e terminei de marcar, porém desta vez faria uma marca mais simples para não me tomar mais tempo do que deveria. O frio estava se tornando um incomodo e a coleta não estava sendo frutífera.

Assim que terminei me virei para ir de encontro aquela erva no chão. Antes de coletá-la iria analisar o terreno em volta para visualizar o tipo de vegetação ali. Detalhes como a grama em volta, presença de outras ervas, raízes ou rochas que pudessem indicar algum padrão poderiam me ajudar em coletas futuras.

Depois que finalmente obtivesse algum tipo de informação relevante, ou não, pude me contentar em apenas recolher aquela com cuidado e utilizando o fio de minha Wakizashi para um corte reto bem próximo a base de sua raiz...

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Talvez o surgimento de ervas fosse espontâneo, como o crescimento de grama só que em menor quantidade. Talvez em ambientes com abundância em vida vegetal e com fácil acesso a água, o que explicaria a quantidade de raízes de árvores espalhadas ao redor.

A primeira das nova já havia sido coletada, então me levantei com o semblante sério e sem pensar muito em comemorar por uma ação tão fútil quanto demonstrava ser. Ansiava por terminar logo a primeira missão e adquirir o ranque oficial de membro das forças da aliança Mogami.

Me virei de volta para o caminho que estava seguindo anteriormente, tendo guardado a erva em meu inventário e a Wakizashi em sua bainha, continuei a explorar naquela direção ainda atenta a esta sensação estranha.

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Aquele estranho cenário apresentava uma curiosa energia mistica, como se algo estivesse me forçando captar algum tipo de sinal ou mensagem. Presenças estranhas, sensações que fazem pesar a consciência e agora uma forma sobrenatural de árvores alinhadas em torno de uma erva, era conveniente demais.

Percebi que talvez não fosse uma boa chamada continuar naquele lugar. Embora retornar agora não fosse a melhor das opções também, me restou a única opção de cortar algum caminho alternativo que não envolvesse uma meia volta ou seguir para aquela atração natural.

Já que a sensação de ser "seguida" vinha me incomodando desde que segui por esta estrada resolvi simplesmente virar para a esquerda, haja mato, trilha ou morro. Simplesmente decido evitar aquele caminho e ir embora dali.

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Passei pela interseção natural que limitava o fácil acesso entre uma região e outra na floresta. Mesmo com a pequena dificuldade, não obtive maiores dificuldades para sair daquela região e tentar explorar outra área.

Tendo como ponto de referência o lago que encontrei, me aproximo dele caminhando tranquilamente até poder ver o reflexo do céu noturno em sua superfície. Começo a olhar ao redor para me situar melhor.

Depois de alcançar o lago me virei para o sul daquela região, onde deveria ser mais quentinho e propício ao surgimento de ervas, ou ao menos em escalas maiores aquilo deveria fazer algum sentido. Fui nesta nova direção tentando encontrar ervas pelo chão e próximas as árvores.

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Infelizmente um sapo não era uma criatura que se pudesse esperar algum tipo de comportamento previsível. A julgar pelo tamanho não me surpreenderia se me atacasse por achar que sou algum tipo de alimento.

Me mantive receosa de ir até ele, mas estava certa de que não iria o provocar tentando arrancar a erva em sua cabeça em hipótese alguma. Observei o caminho até o sapo para tentar trilhar um percurso que não me deixasse tão perto do lago mas que pudesse evitar a criatura.

Me agachei lentamente, não para tentar me esconder, minha postura era para me mover mais suavemente e ainda permitir com que pegasse impulso com as pernas caso precisasse recuar. Com passos lentos e sutis, fui na direção da erva a dois metros do sapo, esticando o braço esquerdo para tentar a agarrar.

Enquanto tentava coletar a erva, minha mão direita repousava no cabo de minha Wakizashi. Estava esperando o pior e que aquela língua fosse alvejar o meu braço esquerdo a qualquer momento, portanto minha resposta seria um saque imediato seguido de um corte.

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De maneira alguma estive esperando por um movimento tão rápido quanto aquele! A língua da criatura se moveu tão abruptamente que me escapou o tempo de reação, perdendo inclusive a oportunidade de me defender caso estivesse alvejando a mim.

Respirei fundo ao perder a planta bem entre os meus dedos, mas também aliviada por saber que poderia evitar entrar em combate com um animal irracional.

Depois que estava certa de que não poderia mais recuperar aquela, me levantei frustrada e encarando o sapo com desgosto, franzindo as sobrancelhas enquanto cerrei os punhos.

– Isso era meu, idiota… – o amaldiçoei com minhas palavras, sendo tomada por uma leve sensação de raiva e repulsa que resultaram num escape breve de minha energia espiritual, fazendo com que pequenas faíscas cintilassem em torno de minha mão direita…

Mesmo com a minha frustração, deixei aquilo de lado e tentei não fazer nada idiota. Me virei na direção oposta, seguindo para o lado que não havia explorado ainda, para tentar a sorte achando ervas na região.

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Já que a grama próxima ao rio demonstrava propício ao surgimento de ervas verdes, procurei me atentar naquela região enquanto estava explorando os arredores do lago para sair dali. A princípio estava focada mas não demorou muito até que o som de algo se movendo me distraiu.

Encarei as minhas costas por cima do ombro direito e pasmem, o sapo estava me seguindo há um tempo já. Aquilo me deixou ainda mais irritada do que já estava, como se além de comer o que eu estava prestes a pegar, quisesse me seguir para garantir que pudesse fisgar ainda mais ervas.

Me virei na direção do sapo, sentindo uma veia pulsar em minha testa, mas, ao mesmo tempo, me concentrando na imagem da nuvem avermelhada, expirando e deixando com que fosse liberta. Controlando minhas respirações enquanto mantinha os olhos fechados, relevei.

– Some daqui! Tenho um trabalho a fazer, você já me atrapalhou o suficiente! – Exclamei gesticulando violentamente com o braço direito, como se estivesse tentando o afastar da esquerda para a direita, depois me virei abruptamente e segui pelo caminho de terra mais à esquerda para ir naquela tal outra parte da floresta.

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Tentaria ignorar o sapo a partir de então. Sua insistência havia se provado insuportável e digna de uma execução cruel, mas não era algo que eu queria ter da fazer com as próprias mãos, afinal, seria bem nojento.

Antes de alcançar a floresta consegui perceber com o canto de meu olho uma erva nascendo dentro do terreno de algum capiau, o que era conveniente já que talvez o sapo não pudesse a roubar desta vez.

Sem hesitar saltei sobre a cerca tomando o devido cuidado para não me machucar e fui em direção a erva, evitando pisar sobre o plantio, tentei a agarrar e cortar seu cabo usando minha Wakizashi.

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Era incomum o nascer de uma erva neste terreno, pois até então raízes de árvores em regiões com grande abundancia vegetal haviam se provado o ambiente mais propicio para seu nascer. Talvez devesse me focar menos nestes padrões e esperar por qualquer opção.

Depois de coletar a erva encarei bem a plantação para ter certeza de que não havia mais nenhuma por ali perdida entre os tomates a afins...

Tendo a certeza de que não havia mais nenhuma erva por ali, guardei minha Wakizashi após limpar seu fio com a palma de minha mão esquerda busquei por alguma porta para sair do terreno, talvez fosse trancado por dentro.

Não havendo uma porta para que eu pudesse sair por, simplesmente retornaria da mesma forma que adentrei o local, saltando o cercado e tomando o devido cuidado para não ferir minhas mãos.

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Mesmo que o caminho até o outro lado fosse complicado, pisar no plantio poderia ser evitado de maneira relativamente simples. O cercado seria utilizado como rota de locomoção, afinal era impossível plantar tão perto das cercas, pois facilitaria o furto dos frutos.

Havendo algum obstáculo, saltarei sobre ele para não estragar nada por ali. Pisotear nas verduras seria incivilizado e grosseiro, portanto o faria de modo que não esmagasse nada.

Ao alcançar o portão irei o empurrar com a mão direita para abrir e sair do terreno. Enfim do lado de fora retomo meu caminho pela estrada de terra em direção a floresta novamente.