Finalizado - Teste Genin, Hideo

Parece que o capeta tinha finalmente ido embora, mas como eu não tenho um momento de descanso nessa porra, já vinha outro troço atrás de mim. Eu olhava por cima do ombro o que seria, para não gastar o tempo de me virar por completo. Em seguida, eu já me preparava para fazer uma evasão.

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Foi um susto o inimigo se revelar por ser eu mesmo. "Que merda de truque fajuto é esse?!" — eu imaginava se isso era um planejamento daquele capeta que eu tinha encontrado ou era apenas parte do exame mesmo. "Cê não tá com nada. Apesar que... você é bem bonitão, tirando esses seus olhos sem vida e pele cinzenta" — eu dava um sorrisinho maroto.

Ele estava bem próximo, mas inalcançável com minha pequena espada. Por isso, eu trocava de armas, pegando meu Rokushabo. Eu também não me sentia confortável cortando a mim mesmo, por isso me dar porradas me parecia mais adequado. De onde eu estava mesmo, eu já partia para o contra ataque, manuseando o bastão e batendo-o na na belíssima face de meu oponente. Em seguida ficaria de prontidão para uma evasão para o golpe que ele daria em mim. Normalmente eu não era tão agressivo, mas foi ele quem começou atacando sem mais nem menos, não eu!

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"Gyehehehe" — dei uma risadinha, mas logo balancei a cabeça, me reprimindo. "Não tem nem graça. Me insulta você achar que pode ser Hideo Miyazaki só por ser um pouco parecido" — eu ficava com o Rokushabo em mãos, pronto para reagir atacando o rosto da cópia. Também ficava de prontidão para esquivar caso necessário, em forma de evasão ainda, se possível.

Independentemente dos acontecimentos seguintes, em seguida em também falava — "Mas então, se você sou eu. O que, para tu, é ser Hideo Miyazaki?"

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Não pude deixar de achar graça e deixar escapar uma risada quando ele proferiu aquelas palavras — "Gyeheheheheeheh". Era geralmente eu quem me perdia na raiva, então ver alguém nesse estado de fúria era um pouco engraçado. Pera, não é assim que eu pareço pros outros, né?

Eu prosseguia batendo com a ponta de meu bastão na cara do outro eu e fazendo uma evasão no momento que fosse atacado. Acertando ou não, diria — "Se você sou eu, sabe que para mim não há ninguém mais importante que eu mesmo, com meus irmãos e vózinha chegando perto. Eu ainda te darei uma surra, e isso é um fato, mas como você sou eu, e eu me amo acima de tudo, estou ao menos disposto a te ouvir... depois de te surrar, claro" — eu tinha um sorrisinho arrogante no rosto.

"Ao menos que você queira bater um papo antes, ainda que eu não concorde que as palavras são mais forte que a espada, mesmo assim eu prefiro a primeira opção" — eu dizia, dando de ombros, após dar à minha sombra (vou chamar ele assim) uma opção. Minha afirmação quanto preferências, ainda que fosse verdade, poderia ser cegado por minhas emoções. Se eu estivesse muito puto, eu ia querer a cabeça dele. Mas não era o caso de agora, eu só estava um pouco puto, que era meu estado natural de ser.

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Antes eu tava de boa, mas agora eu tô puto! Não, não 'feliz e puto', só puto mesmo. Eu descuidadamente ataquei com a ponta do bastão na barriga do desgraçado que falava coisas que me machucavam. Focava completamente em atacar, tentando fazer ele vomitar o almoço. "Seu merda! Do que que tu sabe? E se for uma mentira?! E se eu estiver mentindo pra mim mesmo esse tempo todo porque ser um fracassado dói demais?! É tão errado mentir para ter um pouco de conforto mental? Por que diabos eu escolheria a dor... quando o ópio é tão seduzente?!" — eu repetia meus pensamentos anteriores, mas dessa vez transpostos em palavras que saíam da minha boca, não estando mais confinadas a minha mente. Eu não tinha mais como esconder isso.

Normalmente eu conseguiria apenas ignorar esse comentário estúpido, eu já tinha levado insultos beeem piores, acredite. Mas além de vir de 'mim' mesmo, ou ao menos, de minha sombra, era algo que estava já em minha mente de forma bem forte recentemente, me corroendo aos poucos, mas nunca sendo dito. Até que finalmente explodiu. Eu inclusive perdi minha Concentração Total, ficando um pouco ofegante e com dificuldade de continuar a falar — "Seu... uff, merda! Me diga!! Você escolheria... uff, a dor?!"

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"Merda!! Lixo!!" — dessa vez eu não me referia ao oponente. Ou sempre tinha sido a mim mesmo quem eu xingava? Eu não sabia a resposta. "MeeerDAA!" — se antes minha cabeça estava confusa antes, nem podia se comparar com agora. Tem coisas entrando na minha cabeça, coisas que eu não queria que estivessem aqui!!

Veio um pensamento de perguntá-lo 'o que eu deveria fazer então?', o que imediatamente me deixou com um imenso nojo de mim mesmo. Eu não sou esse tipo de pessoa inocente e otimista, que apenas quer se tornar 'a melhor versão de si mesmo'. Só de pensar nisso, eu já tremia com uma ânsia de vômito. Eu queria aliviar minha cabeça, e para isso, ele estava no caminho.

Eu me aproximava da sombra caída, batendo nela com o bastão em um golpe oblíquo, quase que horizontal, mas inclinado o suficiente para acertá-lo. Eu batia para fazê-lo calar a boca. Mas eu sabia. Sabia! Isso não iria parar esses pensamentos nojentos. Esses pensamentos que me faziam querer vomitar. Esses pensamentos que negavam quem eu era, e me tentavam fazer mudar. Foi sem volta quando admiti eu mesmo em voz alta, agora a merda já está feita. Não sei o que será de mim agora...

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"Merda..." — dessa vez o xingamento não tinha entusiamo algum. Mas xingar era como eu botava para fora, qual fosse o sentimento. Eu imaginava que não me sentiria melhor após bater nele, mas eu estou me sentindo pior. Um merda, um grande pedaço de lixo, o maior que existiu abaixo dos céus.

Mas eu não devia estar me sentindo assim, caralho!! Eu derrotei o cara que insultou minha honra e ainda tentou bater em mim, era óbvio que eu ia acabar com a raça dele. Mas... eu bati nele pensando em puní-lo por isso ou foi em um outro alguém que se parece exatamente com ele que eu imaginei bater? Merda, pensamentos nojentos. "Ugh... a única coisa pior que ser um merda é ser alguém emocional que pensa no bem alheio acima de tudo, e que nega a própria existência tentando se tornar algo novo. Como se quem eu fosse não bastasse!! — meus sentimentos alternavam entre ódio, nojo e desânimo, e eu chutava o nada em minha última exclamação, apenas em um ato de liberar a ansiedade e raiva em mim.

"Mas não basta, né? Merda. Diziam que a verdade liberta, mas é uma puta mentira" — mas agora não tem volta. Eu não tenho volta, não é?! Eu me segurava para não suar pelos olhos, de modo a não aumentar ainda mais o nojo de mim mesmo. Mas era difícil, a mentira era o pilar que segurava tudo que eu entendia como real, segurava minhas mais desprezíveis inseguranças que caralhos... não deu, eu "suei" um pouco, e ao me ver emocional desse jeito eu só queria vomitar.

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Que... nojo. Fala sério!! Tô fodido, caguei a sala inteira, mas pelo menos eu tô vivo e de volta a ser são. Bem, talvez sem a última parte, a esse ponto se me baterem por o que fiz aqui eu nem me importo mais. Eu tentava me levantar para me afastar daquele cheiro. Também olhava em volta em busca da velha Hyuuga, queria ver logo qual seria a punição por cagar a sala inteira dela. Isso vai ser chato de limpar, ugh, espero que eu não tenha que limpar isso.

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Acabei de gorfar na sala da segunda em comando do exército... eu tô fodido. Ou... ela não pareceu se importar? Era pra isso acontecer mesmo?! Que tipo de teste doentio é esse?! "O que foi... essa coisa que saiu de mim?!" — eu tentava perguntar ainda em choque, após vomitar tudo que tinha em mim.

Tinha poucas coisas que eu desgostava mais que vomitar, é simplesmente muito nojento, e ainda ficamos com aquele gostinho ruim na boca. Mas nenhuma vez foi tão horrível quanto essa, parece que eu pari pela boca e de dentro saiu um bebê que já tinha morrido faz muito tempo e se putrefazido em minha barriga.

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Ela podia ter dito, mas para mim ainda não fazia sentido. Como diabos saiu a 'escuridão' de mim. "Agora que a escuridão foi expurgada de mim, o que exatamente mudou? Teria eu me tornado alguém melhor?" — eu perguntava com esperança, e exatamente por me sentir esperançoso quanto a algo do tipo, eu sentia um desprezo de mim mesmo.

Meu corpo se sentia completamente bem, mas eu não estava tão certo quanto à minha mente. Enquanto eu acho que literalmente vomitar liberou um pouco da ânsia de vômito por mim mesmo, eu ainda me sentia confuso, perdido. O que me deixava com raiva, puto comigo mesmo.

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