Finalizado - Polir Arsenal

"Ah, cara..." — eu sabia que tinha feito merda, eu estava bem certo disso. Vamos tentar conversar com essa criatura, se ele não me matar nem destruir nada que tem na casa, estou muito satisfeito — "Eae... Hideo Miyazaki, é um prazer. Você estava preso nesse pergaminho? De... alguma forma?"

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"Quero sim que minha existência seja preservada... mas mais importante, a casa também será preservada?" — eu perguntava com a voz em dúvida. Cara, eu nem gostava de me curvar perante a ninguém, mas eu realmente não queria que ele destruísse a casa. Por outro lado ele também é um demônio, e eu não quero me curvar a um demônio. Estou em um impasse. Também poderia ser meio que traição da aliança se eu me curvasse a alguém que não é meu superior, mas eu acho que a segurança da casa é prioridade.

Se ele dissesse que a casa seria preservada, feito, eu me jogaria de joelhos. Caso contrário teríamos que negociar alguma coisa. Não acho que ele me mataria de uma vez, então vale a pena arriscar. No máximo ele me daria uma porrada, e eu ia pedir desculpas, coisa que eu já estava bem acostumado!

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Tá bom, agora esse cara só está se iludindo. Mas eu não posso arriscar a casa ser destruída — "Certo, por favor apenas não destrua a casa" — eu dizia me colocando de joelhos.

"Vamos conversar, por favor senhor... poderia me dizer seu nome? Sou Hideo Myazaki" — eu torcia para que ele se acalmasse, eu cometi um erro ao abrir esse pergaminho, mas agora Inês já está morta.

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"Gyehehehe~ sua risada é engraçada... ah, engraçada no bom sentido claro, muito simpática" — eu dizia com um sorriso, e me corrigia para que ele não ficasse puto. Mas cara, é a porra de um corvo. O demônio é a porra de um corvo!!

Eu nunca fui muito fã de animais, particularmente. Eles nunca iam com a minha cara, cachorros já me morderam, gatos me arranharam, pássaros cagaram em mim. Mas nenhum tentou me tornar seu servo.... essa é nova.

Não apenas o corvo fala, mas ele ainda é pirado. Eu pensaria que eu que fiquei doido, mas parecia tudo muito real. E ele ainda não tinha me falado o nome. "Se me permite perguntar, por que exatamente quer conquistar esse mundo?" — eu não tinha tamanha ambição em vida. Talvez quando eu era mais jovem e iludido, mas a vida bateu duro. Um porradão que eu não esqueci... vários na verdade, e literalmente.

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"Perdão" — me desculpava por 'zombar' dele. Eu via minhas palavras como um elogio, mas entendo como poderia ser interpretado errado.

"Você tem um nome?" — eu perguntava ao pequeno corvo. Era um ser um tanto peculiar, mas certamente interessante.

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"Certo, eu já estava de saída, inclusive" — eu abria a porta levando a caixa de madeira e o pergaminho. "Você precisa de algum desses?" — eu apontava para a caixa e o pergaminho. Caso contrário, apenas os jogaria fora junto com a tralha, colocando-os em uma das caixas.

Eu não ia questionar ele nesse momento, eu queria sair de perto dessa casa o quanto antes. Não me parecia que ele ia fazer nada de ruim, sequer tinha me dado uns esporros, e isso sim é novidade. Mas eu não queria arriscar, abri a porta e esperei que ele saísse também. Olhei em volta do apartamento, checando uma última vez se estava tudo em ordem ou se não estava esquecendo de nada, para então fechar a porta atrás de mim e trancá-la.

Joguei a chave por baixo da porta e peguei as caixas, queria ver se dava para pegar as três de uma vez sem perder estabilidade e ter risco de cair, mas se não desse, teria apenas que fazer mais de uma viagem.

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"Certo" — e acenava com a cabeça. Pensando agora, era bom eu saber onde era o armazém antes de qualquer coisa, né. Eu não vou ficar igual otário perambulando por aqui com essas caixas. Se tivesse alguém por perto, eu iria perguntar — "Com licença. Você teria me dizer para onde é o armazenamento?" e então seguiria suas direções.

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"Muito obrigado, senhor!" — eu faria uma inclinação em agradecimento, mas não fiz, como isso poderia fazer as caixas caírem. Fui à caminho do local indicado pelo senhor. Aho tinha dado um fora no senhorzinho, mas tive que manter a compostura apesar de achar hilário gyeheheheh~

"Posso te chamar só de Aho?" — perguntava caso ele requisitasse uma formalidade maior. Eu sou um homem simples, prefiro sem honoríficos, quando possível. "Tava querendo te perguntar, por que estava naquele pergaminho? Não precisa falar se estiver desconfortável com isso, claro" — eu estava curioso, sendo bem sincero, mas não queria forçar demais. Seria bom ter alguém para conversar, tudo fica muito menos trabalhoso quando se tem alguém para te fazer compania, é o que penso.

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"Aho-sama" — eu me corrigia. Ah bem, é uma pena, mas nada problemático. Um sorriso veio ao meu rosto quando, passando pelo pátio vi Suyen e Toki juntos — "Gyehehehe~"

Não pude conter minha risada. Quero o melhor para eles, então não irei interrompê-los, claro. Eu ia em direção ao armazém, que ficava perto à entrada a uns vinte metros. Eu puxava mais conversa enquanto andava — "Me parece ser algo importante, ao menos enquanto você estava selado. É estranho que o seu Hachiro queira simplesmente jogar fora. Foi ele que te selou?"

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"Saquei!" — de fato, foi bom que eu peguei o pergaminho. Eu tinha me arrependido por aquela parada toda de "destruição do mundo", mas no final foi uma boa ideia. Eu colocava as minhas caixas cuidadosamente ao lado das outras e oferecia ao corvo em minha cabeça — "Tá a fim de comer alguma coisa? Eu terminei o trabalho. Você come comida humana ou prefere umas sementes e pastilhas?" — eu ainda tinha algumas dúvidas quanto à existência dele, mas poderiamos conversar isso depois.

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